O legado anticolonial da obra de Lélia Gonzalez

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DOI:

https://doi.org/10.47133/NEMITYRA2021200A4

Palabras clave:

Lelia Gonzalez, cultura brasileira, interseccionalidade, racismo, sexismo

Resumen

O legado de Lélia Gonzalez apresenta-se cada vez mais atual e necessário em um país cujos ecos de racismo, sexismo e totalitarismos seguem a deflagrar um sistema social perverso ancorado em uma formação histórica escravocrata e colonialista (Bosi, 2006). Dessa forma, é possível entrever as marcas de exclusão e violências que permanecem nas identidades de mulheres descendentes dos povos indígenas e africanos. Os estudos de Lélia Gonzalez propõem um olhar atento para tais subjetividades e narrativas de existências silenciadas representando uma das mais potentes e precursoras vozes de denúncia entre os estudos brasileiros a questionarem uma formação repleta de fissuras históricas e amarras coloniais. Gonzalez retoma questões atreladas a ancestralidades detentoras de resistências atemporais diante dos silenciamentos subalternizadores (Spivak, 2014) que antecipariam muitas das correntes de pensamento voltadas aos estudos pós-coloniais, decoloniais e anticoloniais produzidos no país hoje. O fato de transitar por metodologias diversas, ao atuar tanto na militância quanto na universidade, reflete-se em suas abordagens epistêmicas e demonstra a coragem da teórica e militante ao desvelar as camadas sobrepostas de preconceitos interseccionais (Akotirene, 2019) que sempre atravessaram a “América ladina” (Gonzalez, 1984). Sendo assim, esta comunicação pretende averiguar como essas ideias vanguardistas de enfrentamento de saberes e poderes hegemônicos, em meio a uma sociedade ancorada em abusos e extermínios simbólicos e reais, são tratadas na obra de Lélia Gonzalez. Para isso, serão analisados alguns ensaios reunidos na coletânea Por um feminismo afro-latino-americano (Rios; Lima, 2020), tais quais “Racismo e Sexismo na Cultura Brasileira” (Gonzalez, 2020, p. 75), “Democracia racial? Nada disso!” (Gonzalez, 2000, p. 201) e outros, que tratam da problemática imbricada à imagem das mulheres latino-americanas, já realizam denúncias há quatro décadas e confirmam a atualidade de sua obra.

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Citas

Akotirene, C. (2018). O que é interseccionalidade? São Paulo: Ed. Letramento.

Fanon, F. (2008). Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA.

Foucault, M. (2005). A ordem do discurso. 12. ed. São Paulo: Loyola.

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___________. (2020). “Democracia racial? Nada disso!”. In: Rios, Flavia; Lima, Márcia (Orgs.) (2020). Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar.

___________. (2020). “A categoria político-cultural de amefricanidade”. In: Rios, Flavia; Lima, Márcia (Orgs.) Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar.

___________. (2018). Primavera para as rosas negras: Lélia Gonzalez em primeira pessoa. São Paulo: Diáspora Africana.

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Spivak, G. (2014). Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Ed. UFMG.

Vergès, F. (2020). Um feminismo decolonial. São Paulo: Ubu Editora.

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Publicado

2021-12-30

Cómo citar

Meire Oliveira Silva. (2021). O legado anticolonial da obra de Lélia Gonzalez. Ñemitỹrã, 3(2), 45–50. https://doi.org/10.47133/NEMITYRA2021200A4

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