A malungagem em Louças de Família de Eliane Marques

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.47133/NEMITYRA20250101c-A7

Palabras clave:

malungagem, brutalismo, consciência negra, romance experimental

Resumen

“Malungagem” é um conceito desenvolvido pelo crítico e professor Jerome Branche para refletir sobre a resistência e a sobrevivência no contexto da escravidão africana, significando um “primeiro princípio para o imaginário discursivo da diáspora”, bem como “um amplo tropo fundacional ‘contradiscursivo’ para a política cultural e para a ação política negras”. O termo “malungo” se disseminou de diversas formas no Brasil, tendo batizado o maior quilombo do estado de Pernambuco no início do século XIX, o Quilombo do Malunguinho, e se tornado corrente no campo da cultura brasileira desde então. Sua disseminação coincide com a emergência da consciência negra nos Estados Unidos no século XVIII, tendo resultado nos diferentes modos de quilombismo experimentados nas Américas. No ensaio “Malungagem: para uma poética da diáspora africana” (2009; 2015; 2024), o autor expande a noção de malungo (termo de origem banto) sob a forma de um conceito que, em seus registros e variações translocais e em suas dimensões políticas, inclui “ideias de intersubjetividade, reconhecimento mútuo e solidariedade subalterna”. Assim, em recorte transgeracional e trans-racial, lemos o conceito de malungagem neste trabalho para pensar o romance Louças de família (2023), de Eliane Marques, uma vez que nele é reescrita a contrapelo a história dos afrodescendentes na fronteira do extremo sul do Brasil com o Uruguai, da escravidão ao tempo presente. Também são trazidos à baila os conceitos de razão negra e de brutalismo do filósofo Achille Mbembe, vistos enquanto possíveis extensões políticas e contrapontos teóricos ao conceito de malungagem.

Referencias

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Publicado

2025-04-30

Número

Sección

Dossier: Núcleo Disciplinario "Literatura, Imaginarios, Estética y Cultura"-AUGM

Cómo citar

A malungagem em Louças de Família de Eliane Marques . (2025). Ñemitỹrã, 7(1), 68-75. https://doi.org/10.47133/NEMITYRA20250101c-A7

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