Ser ou não ser bilíngue? Os benefícios de aulas bilíngues aos alunos autistas
DOI:
https://doi.org/10.47133/NEMITYRA2021200A11Palabras clave:
educação bilíngue especial, TEA, formação docenteResumen
Nunca os termos educação inclusiva e educação bilíngue estiveram tão presentes nos debates da mídia e da educação. À medida em que a educação inclusiva vai se solidificando nas escolas brasileiras, não é de se espantar que acabará encontrando, em algum momento, com a educação bilíngue implementada cada vez mais em diversas instituições provadas e públicas. Consequentemente, surge o conceito de educação bilíngue especial originado do inglês Bilingual Special Education, a qual advoga pelo ensino de línguas adicionais às crianças especiais. Apesar da urgência do tema, a formação do professor ainda anda a passos curtos, resultando em um imenso desequilíbrio. Nesse sentido, os objetivos deste estudo são de ser um material prático e acessível a professores com diversas formações que atuam ou desejam atuar nesse segmento e o de desmitificar a crença de que autistas não podem se tornar bilíngues. A princípio, organizar-se-á uma apresentação do conceito do TEA (Transtorno do Espectro Autista) por meio da evolução da definição, bem como as características de cada espectro. Em seguida, discutirá acerca dos direitos do aluno autista, delineando a Legislação brasileira em conjunto com a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Abordará a mudança histórica que sofreu a maneira de enxergar o fenômeno do bilinguismo, fundamentando-se em pesquisas que demonstram os benefícios que a educação bilíngue pode gerar aos alunos autistas. Ademais, explicitará (i) características linguísticas dos autistas para elucidação por parte do docente, (ii) estratégias de ensino e aprendizagem de línguas adicionais e (iii) exemplos de atividades que visam ao desenvolvimento do discente autista. Finalmente, apontaremos algumas lacunas ainda persistentes no cenário atual brasileiro.
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